A Prefeitura iniciou, no mês de outubro, a elaboração do Plano de Ação para Redução da Dengue e outras Arboviroses para o período de 2024 a 2027. O próximo ciclo sazonal da doença se inicia com a chegada das chuvas em novembro e se estende até o mês de maio do próximo ano. O documento foi discutido amplamente com técnicos e gestores da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e outras secretarias e apresentado ao Conselho Municipal de Saúde (CMS). Nele estão registradas as medidas estratégicas que deverão ser executadas a curto, médio e longo prazo, que vão desde a prevenção até ações assistenciais em todos os níveis de atenção.
Em Contagem, as ações de controle do Aedes aegypti são realizadas durante o ano todo, com atividades dos agentes de combate às endemias; uso de novas tecnologias, como drones na identificação de possíveis criadouros; priorização das áreas críticas para as devidas intervenções e os mutirões de limpeza que acontecem nos distritos sanitários.
Segundo a subsecretária de Atenção à Saúde, Rejane Letro, neste ano tivemos a maior epidemia do município, com quase cem mil casos notificados e 52 óbitos. “As ações para o enfrentamento da epidemia de 2024 foram planejadas no ano anterior, tanto as de controle vetorial quanto as assistenciais. O município agiu em tempo oportuno e com respostas adequadas e inovadoras, como o monitoramento das ações assistenciais na urgência e atenção primária, implantação das unidades de hidratação em dois pontos, além do fortalecimento da capacidade de resposta da Atenção Primária que é a porta de entrada do sistema de saúde. Com isso, a taxa de letalidade de dengue do município de Contagem foi menor que a registrada no Brasil, Minas Gerais e Regional de Saúde de Belo Horizonte”, disse.
Neste ano, um grande desafio posto para o país, estado e também para o município de Contagem é a febre oropouche, arbovirose causada pelo vírus Oropouche (Orov) e transmitida pelo Culicoides paraensis, também conhecido como maruim ou mosquito pólvora. Já foram identificados 195 casos em Minas Gerais, e um muito próximo, em BH. Contagem ainda não identificou, apesar de ter testado todas as amostras para oropouche. “A gente entende que a identificação e circulação do vírus Oropouche é quase inevitável, visto que já se espalhou por todo território nacional, mas estamos trabalhando com medidas de prevenção necessárias”, reforçou a subsecretária.
No Plano de Redução da Dengue e outras Arboviroses estão contemplados os eixos como prevenção, vigilância, controle vetorial, assistência, respostas às emergências e comunicação e mobilização social. “Serão realizadas análises dos indicadores de vigilância epidemiológica e assistenciais e disparadas as ações necessárias ao controle em caso de uma epidemia. Temos ações definidas em cada um destes eixos temáticos para o enfrentamento de epidemias”, pontuou Rejane Letro.
Combate aos focos do mosquito
Várias ações para a redução das arboviroses são realizadas em Contagem. Os mutirões de limpeza continuam ocorrendo periodicamente em todos os distritos sanitários de acordo com a identificação das áreas críticas. Para a realização do mutirão, a partir da área definida, os agentes de combate a endemias (ACEs) divulgam a ação casa a casa, informando a data de coleta dos resíduos e orientando quanto a disponibilização dos itens para o recolhimento. Até o mês de outubro, quase 150 mil toneladas de lixo e entulho foram recolhidas nos mutirões de limpeza deste ano.
Conforme explicou a superintendente de Vigilância em Saúde, Elane Lobo, a novidade para o controle vetorial é que o município já conta com a utilização de drones para o mapeamento, identificação e tratamento de focos do mosquito Aedes aegypti. “As áreas de sobrevoo são definidas a partir das ferramentas de monitoramento de incidência de casos humanos e pela infestação do mosquito vetor. Por meio das imagens registradas pelos drones é possível identificar os tipos de focos existentes - piscinas, caixas d’água destampadas, lixo acumulado, laje com acúmulo de água parada ou resíduos, pneus, entre outros. Com a identificação dos focos são direcionadas as ações para eliminação e/ou tratamento em curto espaço de tempo, de modo a romper com a cadeia produtiva do mosquito vetor”.
As visitas de rotina às residências também ocorrem dentro da normalidade do serviço de zoonoses e tem por objetivo verificar a presença de focos do mosquito nas residências, atuar na sua eliminação ou tratamento com a aplicação de larvicida e orientar a população sobre as medidas de controle para a redução das arboviroses. “É importante que o munícipe receba o ACE na sua residência e que se comprometa com as ações para eliminar os focos do vetor”, reforçou Lobo.
Outra importante ferramenta de monitoramento para infestação do Aedes aegypti é o Levantamento Rápido de Índices para o Aedes aegypti (LIRAa), uma pesquisa larvária por amostragem, realizada em residências sorteadas aleatoriamente, onde é possível identificar se existe a larva do mosquito. No ano de 2024, será o quarto ciclo de monitoramento.
Além do LIRAa, as armadilhas ovitrampas consistem em mais uma metodologia utilizada para identificar o índice de infestação do mosquito. Elas são instaladas previamente nas residências e atraem a captura da fêmea do mosquito. A cada 15 dias é verificado o grau de infestação do mosquito, considerando o número de fêmeas capturadas. A partir dos dados epidemiológicos obtidos por meio destes monitoramentos, são identificadas as áreas que estão mais críticas e que devem ser priorizadas para ações mais imediatas, contribuindo assim, para a redução da dengue e outras arboviroses.
Todos devem contribuir no combate ao mosquito. Confira as principais medidas de prevenção: